sábado, 1 de janeiro de 2011

Desnecessário


Porta afora tudo o que não me interessa
Ralo abaixo o que já me fez chorar
Que desapareça o que pretende me angustiar
De tudo o que não importa, que só fiquem as sobras que me permitam construir um bom caminho, que me permitam realizar.
Som e silêncio. Freio e aceleração. Combustível do meu corpo, alimento para minha alma.
De promessas "incumpríveis" não vou viver. Não vou declarar que serei melhor.
Plano principal: não ter plano. Afinal, "eu não tenho enredo. Sou inopinadamente fragmentária.
Sou aos poucos. Minha história é viver".
Tal qual Lispector, pretendo viver sem roteiro, sem me amarrar a falsas esperanças.
Desnecessário é me prender a expectativas infundadas e sofrer por uma ilusão mal criada e mal projetada dentro de mim.
Sonhos?
Fatos!
De mim o que fica são os atos do presente... o segundo passado: já era.
Futuro? Desconheço o que se pretende dizer com isso.
O já e o agora me serão as ideais companhias aventureiras.
Ontem se perdeu na massa do hoje e o amanhã se confunde com o que está sendo.
Desnecessário é estar sem ser... é querer sem ter...
E disso, fartei-me há tempos.
Mudança?!
Não garanto...
Entrega... assumo que me reservo e preservo, mas confronto e disponho.
Descobri que descubro um novo eu a cada sete segundos.
A cada instante sou uma e o sou por inteiro.
Não tente entender...
Isso não é questão de inteligência e sim de sensibilidade:
Ou sente ou não sente!
  

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