quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Descoberta.

Nua. Revelada.
Pelos cantos da cidade ando amedontrada, cabisbaixa.
Destapada. Anestesiada.
Respondo inerte aos chamamentos que fazem de mim.
Desvinculada. Desarticulada.
Incoerente em cada sentimento, em cada ação.
Atada. Impedida. Repelida.
Sensação de ser não-querida em vosso meio.
Coração doendo, garganta seca.
Nós.
Desatem-os... 
Aprisionada. Questionada. Envergonhada.
Arrependida. Cansada.
Impaciente, sonho com o amanhã.
O porvir ainda cheio de esperança e sonhos.
Enrolada. Desconsolada.
Insegura do que crê, insegura do viu.
Acho que estou beirando à loucura mais sã que já existiu.
A simples dor da ferida que dói e não se sente.
Um caminhar solitário entre a gente.
O nunca contentar-se de contente.
Descoberta de minha armadura habitual.
Descoberta de minha falsa fortaleza.
Descoberta dos sentimentos disfarçados.
À tona, a sensibilidade juvenil da menina que ainda escreve em seu diário mental.
Os choros dramáticos da adolescente sentimental que não se entende.
Perdida. Surpreendida por mim mesma.
Desatada do meu pudor,
Choro copiosamente.
Desarticulada, já perdi toda a atenção.
Inconformada e perturbada.
Descoberta de meus medos.

Um comentário:

  1. Cara... Tão bem feito que fica até meio difícil de entender. Ainda mais a essa hora. Hora de estar dormindo =P

    Mas ainda que doloroso, triste, melancólico, é um belo texto.

    Só não gosto de te ver assim =/

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