domingo, 29 de agosto de 2010

Triste - Feliz...

É incrível como alguns atos podem fazer mudar nosso estado de espírito. Às vezes, me sinto bem, contente com tudo... outras me sinto vazia, sozinha. Claro que devo isso à minha "bipolaridade", mas no fundo sei que não é assim. Existem coisas que me abatem, que me deixam insegura, que conseguem desestabilizar toda a estrutura que construí para mim... na qual me "isolei".

Tem dias que eu faço tudo certo... sou quase a melhor pessoa do mundo... a mais correta, amável e divertida. Sou obediente e carinhosa, faço meus trabalhos e atendo a todos. Outros dias, sou do tipo "bicho do mato", qualquer ruído estranho representa perigo. Aí, acabo punindo os que estão à minha volta e a mim mesma. Sim... eu consigo destruir o meu próprio projeto de vida.

Odeio os dias em que eu faço tudo errado... dias em que eu saio dos planos de Deus. Odeio quando eu me atrapalho e finjo estar tudo bem e estou me corroendo por dentro. Choro um pranto sem lágrimas... Odeio me sentir afastada de quem tanto me ama. Odeio saber que sou culpada por tudo isso.

Essas semanas têm sido assim... horas felizes, horas tristes. Momentos em que estou plena... outros em que pareço ser só desilusão. Não me esqueço de orar e pedir pra Deus afastar esses maus pensamentos de mim... tampouco esqueço de pedir forças para suportar as dores. Contudo, eu mesma vou em contra a tudo aquilo que pedi e estrago o castelo que já estava quase terminado.

É... como um castelo na areia. Imagine uma criança lutando para construir todo aquele castelinho, cheio de frescuras, na areia... debaixo de um sol quente, num trabalho árduo de elaboração... mão na massa (ou areia). Ela faz a primeira torre: aplausos. Faz uma ponte: aplausos e gritos de incentivo. E assim vai... mas no meio dessa construção surge uma onda que destrói todo o trabalho. A criança se desespera, chora, diz não entender por que não deu certo... por que aquilo tinha que acontecer justo com ela - pois havia se comportado bem, estava se esforçando por coisas melhores.

Será que ela não se deu conta de que ela mesma fez a onda derrubar sua obra de arte? Por que cargas d'água ela não analisou os riscos de uma construção tão falha, sujeita às ondas, por vezes, enfurecidas que se lançam contra a areia? Por que não escolheu um lugar mais seguro... no qual não houvesse uma propensão tão grande de ser destruída? Simplesmente por não se dar conta de que a beleza do mar que tanto a atrai também é seu ponto fraco... é aquilo que a faz, por tantas vezes, ter que recomeçar.

Sabe... eu sei as minhas fraquezas, sei a que estou sujeita... mas também sei onde posso encontrar segurança. E é nisso (ou melhor, nEle) que encontro forças para recomeçar... todas as vezes que meu castelo desaba. É claro que sempre que ele cai, eu busco outro lugar que me pareça mais seguro... porém, ainda não encontrei o lugar mais aprazível. Com tudo isso, tenho aprendido a ter perseverança, auto-confiança, fé... 

Ainda assim, em meio a essa tristeza de mais um castelo levado por forte onda, tenho coragem de construir... novos sonhos, novos planos... enxergar a cada dia os objetivos que Deus tem em minha vida. E é nesse momento de fraqueza que Ele me tem feito forte... que tem despertado em mim a sensibilidade para a Sua voz... e toda vez que estou em Sua presença as lágrimas tomam meu rosto como se um oceano quisesse sair dos meus olhos. Não me envergonho de chorar... muito menos de recomeçar... tudo o que eu quero é, tão somente, agradecer por mais essa chance de reconstruir o meu castelo.

Obrigada, Deus!

 

Um comentário:

  1. Ótima ilustração com o castelo de areia.

    Às vezes, realmente, não nos lembramos de que quem constrói o castelo de areia, na verdade, somos nós.

    Escolhemos o local, a areia, etc... E esquecemos que continua sendo areia...

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