sábado, 2 de outubro de 2010

Fala Sério, Roupa Nova!

Ah... Roupa Nova tem umas músicas bem romantiquinhas, que te fazem viajar... não é?! Eu também curto. Mas, recentemente, baixei uma canção bem conhecida deles... e só hoje me dei conta do conteúdo conformista do eu-lírico e da possível receptora da poesia.

Gente, tá certo que o amor é lindo, por ele fazemos coisas indescritíveis, com ele vivemos sensações inesquecíveis. Contudo, acho uma baita insanidade a canção abaixo:

Seguindo no Trem Azul

♫ Confessar sem medo de mentir / Que em você
Encontrei inspiração / Para escrever...
Você é pessoa que nem eu / Que sente amor
Mas não sabe muito bem / Como vai dizer...

[até aqui vai tudo muito bonito... aquela pieguice básica de apaixonado, mas é algo aceitável]

[agora é que o compositor avacalha com a canção]

Te dou o meu coração / Queria dar o mundo
Luar do meu sertão / Seguindo no trem azul...

[papo típico de pobre: "queria te dar o mundo, que é o que você merece, mas... (como não tenho um trocado) te dou meu coração". Pô, sinceramente, essa não cola... rsrsrs' - não é a toa que a mulher segue no trem azul... até se ele fosse amarelo de bolinhas roxas... iria-me embora!]

Toda vez que for assoviar / A cor do trem
É da cor que alguém fizer / E você sonhar...

[essa estrofe não tem muita coerência... junta assovio, cor do trem e sonho. Claro que o poeta tem lá suas licenças, mas aqui ele abusou do "bagulho" para se inspirar]

Não faz mal não ser compositor / Se o amor valeu
Eu empresto um verso meu / Pra você dizer...

[lindo isso! Compartilhando os versos... o amor não é egoísta!]

Só me dará prazer / Se viajar contigo
Até nascer o sol / Seguindo no trem azul...

[exclusividade total para a mulher amada. Bonito também... apesar de achar hiperbólico demais esse lance de "não sei viver sem ter você" - ele pode muito bem disfrutar a vida sem estar com a mulher pendurada nele 24 horas]

Te dou o meu coração / Queria dar o mundo
Luar do meu sertão / Seguindo no trem azul...

[e volta o papo do "duro"]

Vai lembrar de um cara como eu / Que sente amor 
Mas não sabe muito bem / Como vai dizer...

[ele acabou de dizer que emprestaria um verso dele e tudo para "ela" se declarar... agora vem com essa de que não sabe como vai dizer?! Poupe-me... =p]

Só me dará prazer / Se viajar contigo
Até nascer o sol / Seguindo no trem azul...

[novamente o papo de que o mundo dele gira em torno da mulher amada]

Te dou o meu coração / Queria dar o mundo
Luar do meu sertão /... Seguindo no trem azul ♫

[mas gostei da metáfora "luar do meu sertão" - mostra o quanto ele a acha bonita, ainda que nem todos possam vê-la assim: pois a beleza do luar em sua plenitude é vista somente pelos habitantes de determinada região, na qual nada a encobre...]

Aí acaba a música e, ainda assim, eu curto Roupa Nova... mas o papo do "sem dinheiro" me veio à mente de forma tão natural que tive que escrever sobre isso. rsrsrsrs'

Só um detalhe, não pensem que sou mercenária, tá... sou uma pessoa humilde... gosto da simplicidade do Porsche, por exemplo...

Brincadeiras à parte, deliciem-se com a melodia da canção supracitada e esqueçam minhas torpes interpretações:  


=D
 

2 comentários:

  1. Muito legal esse post. Eu ri com as "viagens" na letra. E aquela coisa do "papo de pobre" é clássica. hahahahha

    E quando eu pensei "a música ainda vai piorar", você acabou com as minhas esperanças: "Aí acaba a música..." Já? Não tem mais nada?

    Gostei =)

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  2. Hahahhaa... Vc e suas análises... huahuahuahua!

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