sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Confessionário...


Querido diário,

confesso que me sinto sozinha! (momentoatrizmexicana)...

Mas não é aquela solidão de "não tenho amigos" e "minha família não me ama"; é outro tipo de solidão. Uma coisa que dá um nó na garganta, um frio na barriga, um pensamento esquisito...

Ontem, conversando pelo msn, me surgiu uma ideia (tá, me foi indicada a ideia): escrever sobre a carência.

Decidi pesquisar tal palavra, já que é usada tão corriqueiramente nos dias de hoje, mas nem sempre bem aplicada.

Meu amigo dicionário me contou que: carência é um substantivo feminino, servindo para nomear alguma coisa. Entretanto acho que a existência dessa "coisa" é irrelevante. Por mim, tal palavra seria banida, bem como seus significados. Ei-los:

1. Falta do preciso - e de que precisamos?
2. Necessidade - qual a nossa REAL necessidade?
3. Privação - do que nos sentimos privados?

Bem, muitas vezes cremos que precisamos de certas coisas que, na verdade, são apenas desejos... ambições. Não são, de fato, de suma importância para as nossas vidas. Vejo a carência como um "ser" que denota a falta de tudo o que é vital. Enquanto se pode viver, aos trancos e barrancos que seja, não há carência plena.

Nossas necessidades são tão básicas... mas gostamos de "enfeitar o pavão" e dizemos que necessitamos de um carro, de uma casa à beira da praia, de uma conta bancária multimilionária. Contudo, necessitamos de alimentação saudável, uma casa que nos abrigue, família e amigos para nos acolher. Se isso nos faltar, aí sim, podemos nos dizer carentes.

Agora, se verificarmos o terceiro sentido da palavra CARÊNCIA teremos algo mais próximo do uso rotineiro. Ser privado de alguma coisa... ah, isso todos nós somos. Seja de beleza, de inteligência, de senso de humor, de dinheiro etc. Não há como dizer que não nos sentimos lesados em alguma área de nossa vida. Eu, por exemplo, me sinto carente em alguns aspectos... e até uso tal termo para definir essas... faltas. Porém, não posso dizer, de modo algum, que sou plenamente carente. Graças a Deus não!

Carência afetiva... oooooh coisa! Mas nada daquele papo de ninguém me ama, ninguém me quer (até poderia discursar sobre isso, mas não vem ao caso). É... sinto-me carente em relação ao amor... aqueeeele amor. Carente/Privada das sensações de um ser que AMA e É AMADO. Privação que me faz pensar, pior... que me faz escrever.

Conhecendo melhor os sentidos da palavra CARÊNCIA, digo que a vivo... mas não em todos os seus significados. Nada me falta (aliás, "o Senhor é meu pastor, nada me faltará..." =D), não me sinto necessitada em relação a nada. Entretanto... me sinto privada. Por quê? Não faço ideia, mas isso não me impede de ser feliz. E como dizem os "sábios" parachoques de caminhão: "não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho".

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