sexta-feira, 27 de novembro de 2009

(I)Limitação das Palavras...


O que escrever quando não se encontram palavras para externar a angústia abrigada em minha alma, em minha mente?

Uma vez, me disseram que as palavras são limitadas. Mas para mim elas são tão amplas, tão infinitas, que não conseguem exprimir apenas o sentido desejado. As palavras, na verdade, são jogos de adivinhação, onde o escritor se põe a colocá-las no papel... e o mero leitor necessita apreender o sentido que o autor quis dar a cada uma delas. Muitas vezes, esse intento é falho e o significado obtido é o inverso do pretendido.


As palavras são tão infinitas que são particulares. Por isso, cada indivíduo tem o mesmo vocabulário, variando, porém, as suas significações.

Angústia? Como traduzi-la? Palavras? Minhas? As deixo:

Lágrimas. Enfado. Desejo. Lágrimas. Insegurança. Medos. Anseios. Lágrimas. Espera. Impaciência. Lágrimas. Proteção. Diferença. Lágrimas. Desespero. Planos. Transgressão. Rompimentos. Lágrimas. Dor...

Palavras tão precisas... tão infinitas... tão particulares em meus significados.. Vejo-me da seguinte forma: as palavras são os significantes, mas sou eu quem lhes dou vida. Eu sou o significado. Dizê-las fora do meu contexto é simplesmente não dizer-me. (E viva a Lingüística com Saussure!)

Como declarar minha agonia? Palavras... somente palavras. Mas será que alguém as poderá compreender?

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário